quarta-feira, 11 de abril de 2012

2 poemas antigos

I

quantas poesias se perdem!
ficam por ser!
vão queimar-se em papel invisível
incomodando os astros já tão ocupados:
súplicas, histórias, tecnologia...

meus sonhos ficam nas nuvens!
Ficam lá plantados,
aos ventos que desgrenham nossas cabeças,
que carregam os recados das plantas.
Com seu conteúdo de esquecimento

Meu fruto nasce por detrás das estações
num quintal mágico.
Alimentaria os adultos com pratos de impossível
se pudesse...

Mas minha poesia se perde
barrada nas nuvens baixas.
Não incomode os astros!
Posando para as janelas da Terra
girando este mundo feito um carrossel.

II

Um dia arranquei o tempo de mim.
Primeiro tudo ficou verde, depois azul.
No fim foi cor pra tudo quanto é lado.

Sentindo meu invisível apagar meu estômago,
agarrei logo o último segundo e
arremecei-o pela janela
ele voou como um pássaro no papel.

Agora sem meu último suspiro.
vivo um fim eterno. Translúcido.
que voa sobre uma eternidade
que nunca será minha.

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