Meu nome no papel,
segura a minha mão.
Minha voz
desaparece na tarde
como uma tempestade nos pulmões
amanhecendo.
Meus ossos embrulhados
dentro do meu passo lento
peregrinam
até a última respiração
seca
com cheiro de hora desgastada.
A ponta de uma agulha azul
costura meus olhos
nos meus tecidos mortos.
Como um rio recolhendo suas fontes.
Minhas tréguas no jardim
- floridas - peças de ouro
quadros e rubis dantescos.
Labores, emplastros.
Porcelanas, senhas,
ga
ve
tas.
Um último desejo estirado na última hora.
A garganta convence a última palavra: salgada.
À espera de um dedo que caiba nessa mão enorme. Imprecisa. Gloriosa.
Minha filha desenhou seu nome nela.
Deixem o meu sangue correr!
Deixem a janela como está.Deixem meu suspiro na estante.
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